Faz alguns dias que penso
sobre as fotos, os posts e a nossa interação na rede social. Imagina se todo
mundo além das selfies, viagens, encontros, comidas, amores, crianças, pets,
compartilhasse também seus medos, problemas e os dilemas pessoais? A princípio
a impressão que daria – nossa que tédio ler coisas ruins, eu já vivencio as
minhas! Mas acredito que a lógica deveria ser invertida. Exatamente porque eu
tenho os meus medos escondidos vou começar a descobrir que outras pessoas também
passam por isso. E desta forma juntas poderemos superar os obstáculos pesados
ao longo da caminhada.
Não é fácil dividir com o
mundo os próprios fantasmas. Nem eu conseguiria expor toda minha vida desta
forma. A minha proposta seria temas comuns que um pode ajudar o outro a
traçarem novas linhas e uma trajetória mais motivadora para ir além daquilo que
tanto nos paralisa e impede de seguir adiante.
Vejo algumas mães que já
fazem isso. E isso conforta a alma, ao saber que não existe apenas uma mãe sem
dormir há dias, meses e com filho doente. Uma auxilia a outra com a sua
experiência e mais do que isso, com a sua existência.
Já no mundo fitness percebo
muitas pessoas postando fotos de superação, alcançando objetivos e motivando os
demais a terem uma vida mais saudável. Tenho exemplo de pessoas bem próximas
que fazem isso diariamente, porém as imagens nem sempre relatam as escolhas do
dia a dia na hora da alimentação. Alimentar a alma também requer cuidados. Não
sou a favor de restrições, mas cada vez mais aprendo a escutar o meu corpo e
sentir o que ele quer. Outro dia li sobre isso, como deixamos de escutar o
nosso corpo e as suas necessidades básicas.
Voltando às redes sociais,
eu adoro poder “conviver” com várias pessoas amadas que passaram ao longo da
minha vida e hoje sem este recurso nem saberia por onde andavam. E quando
compartilhei a história de superação dos meus filhos recebi o carinho de tanta gente.
Vi que a rede social também tem essa função de nos ajudarmos a construir novos
caminhos, a abraçarmos os amigos que precisam de conforto, a mostrarmos que
somos humanos... amo ver as viagens, os filhos, os amigos, as comidas, as
piadas, mas sinto falta de agirmos ainda mais para juntos nos solidarizarmos e
construirmos um mundo mais leve, alegre, sem julgamentos e com muita empatia.
Afinal o nosso corpo precisa mais do que encontros virtuais, é necessário
mudanças reais para irmos além!