sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Termino 2017 com a alma mais leve e 10 quilos a menos

Não tive pressa em escrever esse texto mesmo com todas as ideias prontas para saírem e ganharem o mundo. Resultado deste ano que está prestes a terminar. Um ano tão intenso e extenso. Um ano repleto de realizações, emoções, descobertas e aceitações. Um ano de superações, choros escondidos, medos desesperados e a certeza que sem fé não teria chegado aqui com tanto autoconhecimento.
O ano que resolvi escrever para o mundo a minha história. Compartilhei muito mais da minha vida do que os demais 36 anos. Realizei o sonho da Littera Encantada. Me reinventei tantas vezes quantas necessárias. Enfrentei novos boletins médicos quando o que eu mais queria era estar longe de um hospital e ao mesmo tempo sabia que sem aquele aparato todo nosso João Miguel corria risco — ele é realmente um pequeno guerreiro cheio de vida apesar de sua respiração algumas vezes me deixar com o coração acelerado e paralisado ao mesmo tempo. Curou a pneumonia bravamente — me ensinando a importância de como novos ares fazem milagres diários!
Resolvi me reeducar. Ganhar mais disposição. E nesta missão conheci pessoas incríveis que me mostraram como achar o meu equilíbrio. Não desejo ser magra. Gosto das minhas curvas. Mas para ser mais ativa e me sentir em paz eliminei 10 quilos. Falta pouco para eu alcançar o meu objetivo. Contei com o apoio fundamental das minhas irmãs com as trocas de receita, as mensagens de apoio. Busquei alternativas e neste caminho a Letícia chegou com as novidades que dão água na boca.


E a alma? Esta deixou para traz tanto peso desnecessário. Tanta culpa que não existia. Tanta cobrança sem sentido. E com o passar dos dias descobri a leveza. Viver um dia por vez é aprender não carregar o excesso, deixar o complicado e encontrar o que preciso na medida certa. O dia que desaprendo tudo isso, antes de dormir prometo a mim mesma recomeçar porque tudo ganha nova forma, cor e vida! E assim me despeço de 2017. Um ano intenso, extenso e na medida exata para eu entender o meu tamanho nesta travessia! 

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

E lá se foram 37 anos...


Amanhã completo 37 anos. Quando me olho no espelho percebo as marcas evidentes e as escondidas, os sonhos, as superações ... tenho tanto a agradecer por tudo que conquistei até aqui, pelas bênção recebidas e o amadurecimento da fé.

Quando deito na cama sonho acordada com o que ainda desejo desta vida. Meus projetos são tão vivos aqui dentro. Entendi que mesmo os sonhos são realizados na hora certa. Não precisamos acelerar o tempo. 

Este ano criei a minha empresa. Conheci pessoas incríveis. Participei de eventos. Quem diria que conseguiria tamanha façanha com os pequenos? Aqui meu agradecimento especial ao meu marido e melhor pai que meus filhos poderiam ter. Sem ele nada teria sentido. Também contamos com a ajuda de nossos pais e a minha irmã Bia, que por duas edições me ajudou na montagem. A parceria com minha mãe e suas mãos mágicas com os barbantes e linha, e a Karina com seu talento em dar vida ao EVA

Aprendi a ouvir minha intuição. Entendi as minhas limitações e que realmente não faz sentido dar conta de tudo! Jamais conseguirei dar parabéns a todos os amigos do face por mais que gostaria e tenha um carinho a cada um que aparece na minha timeline. Não deixei de mandar a luz e as boas energias a cada lembrete, mas escrever na maior parte foi impossível. Doeu no começo os cafés desmarcados, os encontros adiados e as prioridades mudadas, mas isso me fez enxergar que a minha agenda é viva -- logo suscetível a tantos imprevistos! Percebi o quanto era exigente comigo em atender todas as demandas do mundo. Aos poucos tudo será remarcado e os encontros acontecerão sem pressa! Afinal hoje vivo um dia por vez

Tenho muito a aprender daqui a adiante, mas confesso estar muito feliz com esses 37 anos bem vividos e com uma família que enche a foto, o sofá, o coração e alma! 

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Minha mãe disse que foi um sonho infantil


Um dia resolvi me aventurar em um sonho antigo - unir imagens e frases. Fiz de presente de Natal para a família imãs de geladeira com as paisagens que fotografei por aí com frases que criei. Todo mundo gostou. Decidi então ousar e trilhar um novo caminho para dar vazão ao meu mundo que havia mudado tanto. Foi assim que criei a Littera Encantada para levar amor e felicidade à vida das pessoas em seus lares, escritórios, escolas ou onde couber uma imagem com uma frase.
Os voos foram aumentando de tamanho. Depois dos imãs vieram os marcadores, os cartões, as moldurinhas e finalmente as parcerias para concretizar a ideia colaborativa que sempre morou aqui dentro.
Hoje minha irmã escreveu "cuidado com o que desejamos quando criança, porque tende a virar realidade" e a minha mãe, por sinal uma das mulheres que produz arte com as mãos como ninguém, respondeu "a Renata queria uma lojinha pra vender as minhas coisas...  Lembram? Todos os primeiros e verdadeiros sonhos se concretizaram". 
Na verdade eu não tenho uma loja apenas participei de eventos artesanais. Outra peripécia que parecia muito distante em alcançar. Resgatei a vendedora que habita o meu ser e até já havia esquecido dessa habilidade. 
Fecho o ano tão realizada, porque se a Littera Encantada nasceu para dar vazão ao meu mundo, agora ela faz parte de muitos mundos. Vendi muitos imãs, cartões  e marcadores de livros para conhecidos e desconhecidos. Cada peça que ganha vida própria é a concretização deste projeto em construir um mundo mais colorido e amoroso!


Que venha 2018! Com mais artes, mais frases, mais textos, mais vida e mais encantamento!

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Você largou sua profissão para ser mãe?



Com um sorriso no rosto eu respondo essa pergunta há mais de dois anos. Confesso que no começo, no meio e até alguns dias atrás a resposta era mais pra mim do que para qualquer desconhecido ou conhecido. 
Eu passei boa parte do tempo me convencendo que esse projeto de vida era realmente o melhor para mim. Quando estou com as crianças sempre tive a certeza que não mudaria em nada a minha decisão tomada conscientemente em 2015. Mas a hora que deitava a minha cabeça no travesseiro, sempre vinha a cobrança interna... é isso mesmo? Hoje eu sei que a resposta vem do coração e da alma! SIM, larguei minha carreira, a minha vida corrida, as minhas verdades, o meu jeito de ver o mundo para mergulhar no projeto mais ousado da minha vida.
Encarei o desafio de me doar integralmente para o projeto mais perfeito que poderia receber desta vida mesmo que isso signifique esperar horas e ter apenas alguns minutos para o banho; de não planejar nada individualmente; de sonhar com manhãs tranquilas e ao mesmo tempo nem lembrar como um dia já vivi sem essa maratona diária; de respirar fundo para não pegar minha bolsa e sair pela porta dos fundos ou da frente mesmo; de acompanhar os primeiros passos, as primeiras palavras e poder observar as pequenas e as grandes conquistas diárias de cada um deles... poderia elencar tantas coisas de quanto este projeto transforma a minha vida diariamente... uma tão palpável é a segurança que a Sofia ganhou nestes exatos 2 anos e 4 meses! Olho para ela que ficava segurando nas minhas pernas e hoje desce para brincar com as amigas, conversa com as pessoas e conta histórias e mais histórias, pede para visitar até os amigos da mamãe. Quando escuto sobre a meiguice e o espírito conciliador que tem, meu coração transborda de amor e a alma agradece por cada segundo que abri mão do meu por nós, por ter esse privilégio de criar uma família com os valores que podem fazer a diferença em nossa sociedade tão egocêntrica e consumista. Como é gratificante ver que juntos podemos ser mais empáticos e enxergar quem está ao nosso lado com suas cicatrizes, alegrias, dificuldades e superações.
E meus meninos? Esses vieram para me ensinar que compartilhar tem um poder transformador. Mostram diariamente a cumplicidade de quem enxerga no outro a sua extensão. Mudaram a dinâmica da casa, da minha existência e de como toda família vivia antes. Ganhamos uma nova vida com duas vidas crescendo, agitando e bagunçando toda nossa essência! Superamos nossos limites, descobrimos a nossa força e como o amor pode ser multiplicado tão rapidamente!
Hoje vejo o quanto eu precisava desacelerar para buscar novos desafios e isso pode ser encontrado aqui em casa mesmo, não preciso sair por aí para buscá-los. Recebo todos os dias o meu pagamento quando pego minha filha na escola e de dentro da sala já grita “mamãe” e vem correndo me abraçar. Depois de um começo de vida tão frágil, impossível não me emocionar ao ver o Zeca e o João crescendo --mesmo que isso esteja diretamente ligado a tirar os dois dos sofás por 20 min consecutivos. O bônus, décimo terceiro, acho que o prêmio máximo é ter no meu marido o melhor parceiro da vida -- formamos uma equipe imbatível para cuidar desse trio. 
Amanhã não me preocupa como antes, aprendi a viver o hoje, a economizar muito e a ser cada dia mais feliz. E olha que eu nunca deixei de ser. Mas agora é uma felicidade diferente, uma felicidade que busca a simplicidade e consegue enxergar desafios onde antes não tinha muito significado. E assim vivo um dia por vez!


terça-feira, 31 de outubro de 2017

Não existe passe de mágica... lá vou eu parte 2

A balança me atormenta desde criança. Tinha pavor de pesar na escola. Não queria que ninguém soubesse meu peso. E ao mesmo tempo sempre tive preparo físico para praticar todos os esportes. Até corrida!  Mas tinha medo de nunca superar os ponteiros sempre subindo.
Na adolescência consegui emagrecer sozinha. Sem remédio. Apenas mudando a minha alimentação e intensificando as atividades físicas. Assim me mantive firme e forte por alguns anos.
Mas de repente eu percebi o meu sobrepeso de novo. E lá fui eu recomeçar. Não consegui sozinha. Precisei de ajuda profissional sem medicação -- apenas alguém me dando o norte e me cobrando -- e assim ocorreu mais umas três vezes. 
Este ano já compartilhei que resolvi mais uma vez buscar disposição, eliminar os quilos a mais de forma saudável e encontrar o meu equilíbrio. 
Não existe mágica. Eu sei disso, sempre soube. A mudança na verdade exige conhecer o próprio corpo e entender as suas reais necessidades.
Pela primeira vez na vida passei por momentos intensos -- filhos doentes, muitas noites sem dormir -- em que a comida não foi o meu refúgio. Aprendi a olhar o meu corpo e perceber que cansaço precisa de descanso e não mais comida. Compreendi que a ansiedade pode ser amenizada com uma leitura, uma atividade física, um copo de água antes de ser confundida com fome! E a fome deve ser saciada antes que vire algo incontrolável.
Toda esta leitura eu não fiz sozinha. Contei com pessoas que também decidiram mudar suas vidas e compartilharam a receita. Sem pulo do gato. Sem remédio milagroso. Apenas mostraram o esforço, a mudança gradativa, a determinação em ter mais qualidade de vida!
Eu ainda não atingi a linha de chegada, mas estou muito feliz com o resultado até aqui. Menos dor nas costas, muito mais disposição em passar os dias sentadas no chão e o melhor de tudo lendo o meu corpo e atendendo às necessidades dele inclusive de um docinho quando este é pedido! Sem neuras. Simplesmente moderando o que alimenta o meu corpo e a minha alma! E o melhor, entrei em paz com o meu corpo. Não almejo algo inatingível, apenas estar saudável. Nada de obsessão por um corpo que nunca será o meu. Já aceitei bem as minhas curvas e agora falta bem pouco para chegar ao objetivo final! 

Obrigada Desire Coelho por escrever tão bem sobre o assunto junto com o Marcio Atalla no livro A Dieta Ideal - Sem Mitos, Sem Milagres, Sem Terrorismos.
Marcia Salandini parabéns pela nutricionista maravilhosa que acolhe, escuta e entende corpo e alma de seus pacientes. 

Tatiani Godoi agradeço por mostrar que é possível encaixar a atividade física na rotina e como 30 min fazem toda diferença! 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Descobri a música da minha vida

Às vezes, dá medo do que encontraremos pelo caminho. Nem sempre é fácil seguir adiante. E para ajudar a ter forças precisamos resgatar a nossa essência em querer desbravar o mundo e fazer coisas novas todos os dias, mesmo quando lá fora chove mais do que gotas abençoadas. As tempestades sempre existirão com raios do céu ou trovões dos homens.
Meus filhos me ensinam diariamente que quando cai é preciso levantar para continuar a caminhar. Os passos são dados um dia por vez. Um já anda sozinho e o outro precisa de ajuda. E a vida não é assim? Um dia vamos em um ritmo e no outro precisamos dar a mão?
Já a minha menina mostra que podemos dar leveza nos dias cinzentos e ainda fazer música com a dança da vida. A cada batida de pé, um novo som pode surgir.

Se eu sonho em voltar a trabalhar? Com certeza tenho muitos sonhos e projetos. Mas aprendi a caminhar com eles, um passo por vez até que o compasso da música da minha vida componha a melodia que devo cantar. A de hoje? É ser mãe, mulher e dedilhar as letrinhas para preencher a tela e colorir com palavras a Littera Encantada! 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A maternidade transforma o mundo com a adoção



A espera normalmente é longa. A mãe nunca sabe quando será presenteada. As mudanças no corpo não são visíveis, apenas as da alma.
Sempre adorei ouvir histórias que transformam o jeito de ver o mundo e com certeza as de adoção que conheço mudaram o meu microcosmo. As dores e as angústias da espera, o momento do encontro com seus filhos, a certeza que aquela criança era a esperada.
Coleciono tantas experiências relatadas que até o meu coração transborda de emoção e admiração por quem se doa a uma vida carregada de vivências mesmo com poucos dias ou muitos anos.
Imagine você solteira sair para trabalhar e se depara com um bebê negro e deficiente abandonado? Qual a chance de se doar por ele? Eu conheço a mãe que não teve dúvidas "essa é a minha filha". E assim ela não só resgatou a vida da criança, mas a esperança que podemos mudar o mundo a partir de nossas atitudes em nossos microcosmos.
E uma criança já grandinha deficiente em um orfanato? Chamaria a sua atenção? A mãe não só se apaixonou por esse filho como passou pela espera de praticamente um ano para tê-lo em seu lar e poder transformar a vida dessa criança e todos que acompanham a história dele que hoje consegue comer sozinho e se comunica muito bem.
E um casal que sonhou em gerar um filho. Tentou. Fez tratamento. Chorou a dor de não poder ver a barriga crescer. Chorou por não realizar o sonho da família convencional. Mas quem diz que eles são apenas convencionais? Eles são muito especiais e privilegiados em serem escolhidos pelo bebê que apareceu após quase três anos de espera. Um bebê de sete meses. Um menino que encanta com o seu doce olhar e as suas descobertas. Tem amor maior do que ser escolhido por uma vida nova?
Também conheço quem fez a experiência de se doar uma vez. Ouvi a palestra do casal. Me encantei com a capacidade de se entregarem aos planos de Deus e confiarem que tudo daria certo para o segundo filho. A espera estava longa e a mãe quase desistindo. Eles rezaram. Acreditaram. Ela decidiu esperar até completar 40 anos. Na véspera de seu aniversário chegou a filha para completar essa linda família.
E um bebê na incubadora de uma UTI Neonatal? Será que arrisco esse sonho que parece tão frágil? O casal não teve dúvidas! E o sonho foi consolidado com uma criança linda e saudável!
São experiências como essas, bem pertinho de mim, que me faz acreditar na capacidade do ser humano em mudar o mundo! Que cada um possa transformar o seu microcosmo para juntos cultivarmos a nossa capacidade de doação ao outro -- pequeno, deficiente ou grande. Precisamos mostrar ao mundo que todos somos privilegiados em vivermos o hoje cheios de amor para dar e a empatia de enxergar no outro uma linda história independente da raça, cultura, sexo.


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O que aprendi nos últimos meses


Faz 1 ano e 4 meses que aprendi a lidar com o meu limite em todos os sentidos -- amor, medo, fé, alegria, emoção, paciência, dividir o tempo, compartilhar, escrever e não escrever, passar meses sem dormir, pedir ajuda, chorar escondido, rir sozinha de estresse e de explosão de amor que não existem palavras para descrever.

Ter gêmeos foi um presente especial que recebemos. Eu, nossa família, amigos próximos ou de longe... tento escrever o significado dessa experiência desde a gravidez, mas cada vez sinto de uma forma. Cada vez enxergo um novo aprendizado.

Eles dão trabalho? Sim! Quando ficam doentes meu corpo estremece, busco forças internas onde nem imaginava ter e rezo o dia todo para superar com eles todos os meus medos.

Mas eu garanto que todo trabalho é superado com a ligação mágica que eles têm. Vejo o amor da Sofia pelos dois e me emociono, mas a cumplicidade deles que nem falam as palavras direito e se comunicam desde de sempre -- não consigo explicar, apenas admiro sem piscar os olhos! Brincam juntos o tempo todo, já se cutucam e brigam também. Gargalham tão gostoso que tenho vontade de congelar essas gracinhas. Ao mesmo tempo que na hora de dormir quando um já pegou no sono e o outro grita ou arranca a chupeta do irmão, tenho vontade de acelerar o tempo porque lá se foram todas as voltas do carrinho na sala jogadas fora e o jeito é começar tudo de novo!

E assim aprendo diariamente como é possível multiplicar o amor a cada segundo ❤️ e compreendo a minha missão neste mundo 😉💜💙💙

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O dia que meu corpo cansou... e eu chorei



Eles dormiram. Vou descansar também. Passados 50 minutos escuto o barulhinho de quem já tinha reposto as energias. Mas meus olhos não conseguiam abrir. 39 de febre e meu corpo permanecia imóvel na cama.
Olho para o celular na esperança de ter uma ideia divina para que eu pudesse descansar. E lá estava. A mensagem de uma amiga mais que querida perguntando como estavam as coisas por aqui e pedindo um favor. Na hora eu clamei por ajuda. Não conseguiria dar conta dos dois sem dormir pelo menos mais uma hora. Em menos de 30 minutos minha anja da guarda estava aqui para que eu pudesse atender o meu corpo.
Enquanto eu digitava o pedido de ajuda, chorei a dor da impotência por não conseguir cuidar dos meus filhos. Chorei por entender que sem saúde não existe super poder de mãe, mulher. Chorei por simplesmente ser atendida tão prontamente sem saber se era merecedora de tamanha doação.

A maternidade veio me ensinar que compartilhar deixa a travessia mais leve. Eu sempre quis resolver tudo sozinha, nunca fui muito adepta a pedir ajuda, porque no fundo precisava provar pra mim mesma que era capaz...  há 5 anos comecei a entender o quão desnecessária é esse tipo de atitude... uma besteira tão grande e sem propósito essa minha autossuficiência! Ainda teimei, nesses anos, muitas vezes em não mandar uma mensagem ou telefonar para alguém pedindo ajuda, expondo minhas fraquezas, compartilhando os meus medos, os fantasmas, as frustrações... mostrando que sou humana... desde que os meninos chegaram aprendi muito sobre isso e cada dia mais percebo que quem ajuda emana a mesma ou até maior gratidão do que a minha que recebi tamanha doação.


Aos poucos me recuperei. No mesmo dia dormi por quase duas horas seguidas e consegui ficar sozinha com os meninos de noite até meu marido chegar e me obrigar a descansar mais. A Sofia foi para minha mãe. E depois desse episódio, chorei por entender que o meu corpo é casa e também tem fragilidades. E depois sorri por aprender mais uma vez a me observar e entender que para me recuperar foi preciso serenidade, fé, muito amor, cuidado, oração e boas energias -- de quem estava por perto ou longe!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Quando nada mais der certo, tenha fé

Quando nada mais der certo, a fé ajudará encontrar a luz e a força necessárias para seguir adiante.
Posso assegurar como isso funciona. Já vivi momentos intensos que se dependesse apenas da minha força não teria continuado com o mesmo sorriso no rosto durante a travessia.

Cada um sabe sobre suas cicatrizes e como conseguiu fechar as feridas. As marcas ficam para sempre, mas com uma boa dose de fé e amor seguimos adiante para escrever uma nova história todo dia.

Para quem não sabe já perdi um filho em meu ventre. Tive gêmeos prematuros que precisaram de 43 dias de hospital, sendo os primeiros 41 em uma UTI Neonatal. Fases superadas. Fé renovada! Família fortalecido, amigos eternizados!

Hoje ficarei devendo a história mais recente, mas quem sabe nas próximas semanas eu consiga colocar em palavras o que vivi.




terça-feira, 3 de outubro de 2017

O segredo da leveza

Quando percebi a viagem estava mais perto do que eu imaginava... meus pensamentos saíram por aí sem destino e descobriram a beleza de viver o inesperado dia a dia.
Foram nas incertezas do caminho que fui agraciada com afeto imensurável, doação de vida e divisão daquilo que não precisa ter um único dono -- o segredo da leveza é saber compartilhar o peso!


quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Por que compartilhamos apenas as conquistas?



Faz alguns dias que penso sobre as fotos, os posts e a nossa interação na rede social. Imagina se todo mundo além das selfies, viagens, encontros, comidas, amores, crianças, pets, compartilhasse também seus medos, problemas e os dilemas pessoais? A princípio a impressão que daria – nossa que tédio ler coisas ruins, eu já vivencio as minhas! Mas acredito que a lógica deveria ser invertida. Exatamente porque eu tenho os meus medos escondidos vou começar a descobrir que outras pessoas também passam por isso. E desta forma juntas poderemos superar os obstáculos pesados ao longo da caminhada.
Não é fácil dividir com o mundo os próprios fantasmas. Nem eu conseguiria expor toda minha vida desta forma. A minha proposta seria temas comuns que um pode ajudar o outro a traçarem novas linhas e uma trajetória mais motivadora para ir além daquilo que tanto nos paralisa e impede de seguir adiante.
Vejo algumas mães que já fazem isso. E isso conforta a alma, ao saber que não existe apenas uma mãe sem dormir há dias, meses e com filho doente. Uma auxilia a outra com a sua experiência e mais do que isso, com a sua existência.
Já no mundo fitness percebo muitas pessoas postando fotos de superação, alcançando objetivos e motivando os demais a terem uma vida mais saudável. Tenho exemplo de pessoas bem próximas que fazem isso diariamente, porém as imagens nem sempre relatam as escolhas do dia a dia na hora da alimentação. Alimentar a alma também requer cuidados. Não sou a favor de restrições, mas cada vez mais aprendo a escutar o meu corpo e sentir o que ele quer. Outro dia li sobre isso, como deixamos de escutar o nosso corpo e as suas necessidades básicas.

Voltando às redes sociais, eu adoro poder “conviver” com várias pessoas amadas que passaram ao longo da minha vida e hoje sem este recurso nem saberia por onde andavam. E quando compartilhei a história de superação dos meus filhos recebi o carinho de tanta gente. Vi que a rede social também tem essa função de nos ajudarmos a construir novos caminhos, a abraçarmos os amigos que precisam de conforto, a mostrarmos que somos humanos... amo ver as viagens, os filhos, os amigos, as comidas, as piadas, mas sinto falta de agirmos ainda mais para juntos nos solidarizarmos e construirmos um mundo mais leve, alegre, sem julgamentos e com muita empatia. Afinal o nosso corpo precisa mais do que encontros virtuais, é necessário mudanças reais para irmos além!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

20 anos de Littera Encantada



Há 20 anos a Littera Encantada nascia e eu nem imaginava que hoje seria a minha microempresa. Talvez a vontade de sempre enxergar o mundo com o meu colorido foi ganhando espaço com a minha maturidade.

Receber a carta de uma amiga querida com os dizeres de 1997, só comprova que Viver um Dia por Vez é a minha essência, assim como voar por aí espalhando Amor, Paz e Alegria.

Naquela época não tinha dimensão de como todo esse desejo poderia alcançar o mundo, mas eu já sabia que era uma maneira de transformar o meu entorno.


Assim sigo a semana com fé em dias melhores para todos.  E mesmo com tanta coisa ruim acontecendo no mundo continuo com a certeza que se cada um fizer a sua parte e sorrir com a alma, o encantamento espalha-se ao nosso entorno e ganha dimensões cada vez maiores!

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Por um mundo com mais empatia e menos competição

Faz um tempo que reflito o quanto a competição pode ser saudável ou desgastante na vida como um todo. Percebi que nós mulheres muitas vezes competimos umas com as outras ao invés de nos solidarizarmos para superarmos desafios juntas.

Que tal mudarmos o foco e passarmos a olhar a outra mulher com admiração sem julgar a roupa, o peso e a altura?

Olhar a outra mulher sem o preconceito nas escolhas que ela fez ou nas que ainda não fez -- um grande desafio para todas que foram criadas para competir, ser a melhor, escolher isso ou aquilo.

Olhar a outra mulher com solidariedade por entender o que é ser mulher em um mundo machista -- importante fazer uma autocrítica se também não tenho um quê de machismo dentro da mulher que sou.

Olhar a outra mulher com compaixão por entender que as marcas em seu corpo carregam as marcas da sua vida. E cada mulher tem a sua história de alegria, tristeza, amor, decepção, conquista, medo e superação.


É esse espelho que eu desejo para todas as mulheres! Um olhar diferenciado a nós mesmas que muitas vezes achamos mais legal ser amiga dos meninos, desdenhar da outra e considerá-la uma rival, fazer piada da roupa e fofocar o comportamento daquela ali que se acha! Se mudarmos o nosso olhar conosco e com as outras conseguiremos com certeza um espaço mais digno e melhor neste mundo!

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A relatividade do tempo



Um ano pode ser longo ou lento, pode ser difícil e amável, pode caber em um álbum ou em algumas linhas, pode dar medo e gosto de vitória. Um ano pode reunir tanta coisa que mesmo nos dias de frios na barriga, a certeza de dias melhores precisam sempre habitar os nossos corações! Essa é a minha receita – um dia por vez e a felicidade existe até na maior dor. Depende exclusivamente do jeito de olhar para a vida!

terça-feira, 12 de setembro de 2017

E lá vou eu...

Desde junho eu falava que em setembro minha vida mudaria. O plano inicial era colocar os meus gêmeos na escola na primavera, assim eu ganharia um tempo para organizar as coisas da Littera Encantada e encontraria uma brecha para as atividades físicas.
Parece que o universo conspirou para em setembro realmente eu começar novos desafios. Sabe aquele velho ditado que a palavra tem poder, então, comigo isso funciona quando decido me inovar. E foi no dia 11 de setembro que os desafios começaram. Na parte profissional, participei do Digital Day e saí cheia de ideias para implantar na Littera Encantada. Aguardem!

E o outro desafio apareceu na minha vida de um jeito tão interessante. Eu queria muito achar um jeito de fazer exercício dentro da minha realidade “mãe de gêmeos com pouco mais de um ano e uma filha de 5 anos”. Como meu marido trabalho em horários nada comerciais é impossível praticar os exercícios logo cedo e no final do dia. E de repente comecei a prestar atenção nos posts de uma amiga querida da adolescência que eu tinha perdido totalmente o contato -- retomei em junho pelo facebook depois de ter encontrado com a mãe dela. Nossa história de vida é muito parecida. Ela também é mãe de gêmeos e um menino na idade da minha filha. Ficava intrigada com os posts dela relatando os desafios e quando percebi o resultado, a curiosidade falou mais alto. Trocamos mensagem e finalmente entendi o que era o tal #desafio30dias #porummundomaisleve #felizcommeupeso

Não é a primeira vez que me proponho a mudar os hábitos e praticar exercícios. A última vez que fiz isso além de eliminar os quilos que me incomodavam, ganhei muita disposição. As atividades perderam espaço no meu dia a dia por conta da gravidez gemelar -- antes de completar sete meses fiquei em repouso absoluto até que os meninos resolveram nascer. Eles foram prematuros e todo o foco da minha vida mudou. Confira no Guia Mãe Coruja a história completa desta minha mudança!


Dessa vez eu entendi que não bastava apenas a minha força de vontade, eu realmente precisava de um direcionamento para alcançar o meu objetivo. Nunca fui magra, nem pretendo ser. Gosto das minhas curvas, aceito bem o meu corpo, mas preciso ter disciplina para poder cuidar dessa galerinha aqui. E por isso lá vou eu neste novo desafio! Quero eliminar alguns quilos, mas mais do que isso quero ganhar muita disposição para correr com os meus filhos, andar de bicicleta, brincar de pega-pega, apostar corrida. Vivo correndo literalmente atrás dos dois pequenos para evitar acidentes, mas outro dia fui apostar corrida com a mais velha e quase caí dura! Que venha mais uma etapa desta mudança de vida. Ao viver um dia por vez entendo como sou capaz de me reinventar quantas vezes forem necessárias conforme os obstáculos da minha travessia. E se o corpo estiver ativo, com certeza facilita muito achar novos caminhos! 

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Existe magia para guiar a vida?



Nunca voei de balão, mas posso dizer que os meus últimos anos foram uma grande aventura. Com direito a voos, sustos, manobras, alegrias, frios na barriga, superação e pousos diversos.

Faz exatos três anos que eu mudei não só o endereço e o espaço físico de onde vivo. Comecei a mudar os hábitos, retornei as caminhadas pelas ruas e voltei a enxergar os detalhes ao meu redor. Aos poucos passei a querer novos voos e então decidi fazer outra faculdade. O plano de voo não saiu exatamente como tracei, precisei parar os estudos e me dedicar exclusivamente aos meus filhos.

E de repente o pouso parecia tão distante do que eu havia sonhado, mas percebo que na verdade eu havia pousado em outra travessia. Àquela inicial precisou de uma manobra muito grande e o vento alterou o meu destino. Não é fácil estar em casa diariamente com a cabeça querendo subir e sobrevoar o mundo. Não é fácil não ter hora para tomar café da manhã e sair para caminhada como eu fazia. Não é fácil abrir mão dos meus projetos e me dedicar exclusivamente à maternidade. Enquanto os mais ousados não posso realizar, invento e tento por meio da minha escrita e das minhas imagens chegar a quem busca uma resposta em meio ao turbilhão de pensamentos que nos permeiam. Não tenho a pretensão de dar a melhor resposta apenas plantar a semente do amor, esperança, resiliência e serenidade. Eu busco isso todos os dias desde a hora que acordo até a hora que durmo – leia-se dormir e acordar como qualquer horário da noite ou madrugada. Alguns dias nem sei como um filho foi parar na minha cama, outro na sala e os berços sem nenhum deles. Simplesmente sei que estavam assim, porque foi o mais confortável para todos da casa.

Apesar de não ser fácil, jamais faria diferente. O pouso de emergência foi feito para que eu compreendesse melhor os meus limites, o mundo ao qual estou inserida e o qual desejo aos meus pequenos. As horas não dormidas se tornaram rotina e o descanso já deixou de ser cronometrado, apenas acontece na hora necessária. O corpo acostumou com esse novo ritmo e quando me dou conta deixei de contar a última vez que dormir 8 horas seguidas. O meu jeito de viver hoje é outro. Tem dias que as forças parecem estar no fim, mas são recarregadas com o abraço ingênuo ou o sorriso maroto. Chega ao máximo quando a filha me abraça e diz que sou a melhor mãe do mundo simplesmente porque coloquei na lancheira algo que gosta ou brinquei de escolinha durante parte da manhã. Não é fácil estar em casa, mas hoje é o melhor que posso fazer por mim e por todos. Quando se vive um dia por vez, é possível sonhar com novos voos e a espera vira algo natural sem a ansiedade de querer viver uma vida inteira em uma semana.


Depois desses três anos cheios de aventuras, surpresas, emoções, tenho a certeza que melhor do que pousar é estar pronta para as manobras da vida. E essa tem sido muito generosa comigo. Obrigada por me fazer ver um mundo que eu desconhecia e me encher de amor, ternura, alegria e até me dar um pouco de magia! Não é fácil... é surpreendente perceber como uma vida pode ser vivida de várias maneiras e sou privilegiada em chegar aqui superando tantas fases e com mais diversas que ainda estão por vir. Descobri que não preciso voar por aí, posso sobrevoar eu mesma e aprender quantas "Renatas" vivem aqui!

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Por uma vida cheia de sentidos

Um dia acordei inspirada e resolvi escrever sobre a vida, as alegrias, o amor. As letras pareciam ter vida própria e preenchiam o espaço em branco. De repente eu percebi que apenas as palavras não diziam tudo e por isso resolvi unir com imagens que coleciono das viagens que fiz. Foi assim que a Littera Encantada ganhou vida. Foi assim que eu acalmei a minha alma em produzir algo que possa levar uma mensagem de esperança e fé para alguém em meio a um turbilhão de notícias ruins.


E de repente percebi que quando espalha amor, colhe-se muito mais que flores bonitas... meu jardim está cada dia mais repleto de histórias lindas, emocionantes, alegres, tristes, histórias verdadeiras, de superação, de amor, de desilusão, de esperança e de gente que conheço de perto, outros de longe, de desconhecidos... enfim de pessoas que resolveram assim como eu dar um sentido para vida e vivê-la de uma maneira única, porque acreditam que cada um pode fazer a sua parte para que todos os jardins floresçam amor, harmonia, paz, empatia, tolerância e muita alegria!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Janelas e portas abertas



Aprendi que a troca de carinho acontece se abrimos a porta da casa e da vida. Lógico que sempre guardarei segredos e manterei certa privacidade, mas com certeza as janelas ficarão abertas para a luz e o amor entrarem.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

A minha casa tem vida e nada para no lugar...



Aos poucos fui entendendo que a minha escolha de vida tinha mudado o meu jeito de ver o mundo. Minha mente entendeu que eu não tenho um chefe ou um inspetor para ver como está minha casa todos os dias e mesmo se tivesse não precisaria estar tudo no seu devido lugar, porque aqui moram cinco pessoas -- três crianças lindas e saudáveis com dois pais que deixam a casa como está para sentar no chão e vivenciar um mundo lúdico e cheio de imaginação.

Na medida do possível consigo organizar minha vida para estar com as pessoas queridas e quase sempre pronta para receber alguém em casa com muito amor e carinho. Afinal com três crianças melhor não garantir mais certeza de nada nesta vida, uma noite pode acontecer muita coisa -- desde o sono dos deuses até caminhadas intermináveis entre os cômodos da casa!

... trecho do texto que escrevi em 2015 e adaptei a nova realidade!

Ao ler a revista Vida Simples do mês de agosto, me identifiquei muito com o editorial. Ana Holanda fala da mesa da sala. Meu sonho é também entrar em casa e ter a mesa organizada com o caminho de mesa herdado da família e a peça de cristal ao meio enfeitando. Faz dias que não consigo nem mexer na mesa para eliminar todas as outras coisas. Prometo sempre que antes de dormir farei isso sem falta, mas "esse antes de dormir" está em falta por aqui. O jeito é acatar o movimento da casa, o amor que habita a sala e a alegria em saber que muitas vidas compartilham o mesmo ambiente e por isso nada para no lugar como um dia eu sonhei! 
Pensando bem tenho até medo do dia que estiver apenas o caminho de mesa e a peça de cristal... isso com certeza simbolizaria um ninho muito diferente do que hoje a minha sala é!



quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Por um mundo diferente


Olhares curiosos. Ninguém perguntava, mas estava na cara que a minha presença ali causava certo incômodo. Parecia que eu lia as mentes "nossa por que o pai não veio? Por que tem uma mãe aqui? Será que a filha está bem com isso? Será que se separaram? Talvez ele esteja trabalhando... talvez viajando... será que era melhor nem participar?" Realmente eu era uma estranha no ninho, afinal o evento era para os pais. Eu já sabia que corria esse risco, em ser a única mãe em um evento festivo aos pais.
Na hora eu só pensava em todas as mães solteiras e os olhares curiosos, incomodados, julgadores que passam e já receberam ao longo dos anos. 
No meu caso foi parte de uma manhã. Uma decisão em família e com todo apoio da escola. Desde que soube da comemoração dos pais e a impossibilidade de meu marido ir, devido ao compromisso de trabalho, pedimos ajuda em como proceder com nossa filha. A ideia foi compartilhar com ela a decisão. Conversamos, explicamos o quanto o papai a amava, mas não poderia ir naquele dia e perguntamos -- você quer participar do evento? 
Sim, mamãe! 
E vamos convidar um vovô para ir com você?
Não, mamãe! Quero que você vá!
A mamãe vai e depois contamos tudo para o papai!
Ao explicar para professora nossa decisão, ela sugeriu que tirássemos fotos e depois a Sofia fizesse disso um momento especial com o papai.

Antes de sair da casa perguntei mais uma vez se a minha pequena queria mesmo participar e caso não quisesse, ou sentisse saudade do papai, nós sairíamos.
  • Mamãe, eu quero muito ir! Eu amo o papai e ele me ama!

E lá fomos nós. Confesso que me deu um nó na garganta em pensar nas crianças que não foram, porque não tem um pai presente e a mãe nem sempre tem forças para enfrentar todos esses olhares mais uma vez na vida! Impossível mensurar a dor dessas mães. Eu fui ocupar algumas horas e com a segurança do pai extraordinário que minha filha e os irmãos têm!

A escola nos acolheu. Vi que tinha uma outra mãe também. Na hora da gincana nos divertimos. Esquecemos de tirar todas as fotos que havíamos combinado. Fizemos careta enquanto aguardávamos a nossa vez para registrar a nossa felicidade em estarmos ali juntas, compartilhando a companhia da outra e formando uma dupla para vida. E é isso que eu desejo a todas as mães solteiras, as pães como algumas se autodenominam, formem uma dupla, um trio, um quarteto com seus filhos, porque juntos serão mais fortes para enfrentar as caras, bocas, os olhares. Ninguém melhor do que vocês sabem como é ser julgada por uma história cheia de feridas abertas ou fechadas, talvez com cicatrizes escondidas ou expostas. Parabéns por terem uma força sem medida, em seguir adiante e desbravarem tudo isso afim de ensinarem os filhos o que é amor materno e paterno!

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A travessia e suas descobertas



Se é possível mudar? Com certeza é!
Houve uma época em que o primeiro lugar  era sempre o meu objetivo. Estudava para ser a melhor aluna, jogava para ganhar e não me permitia errar. Com o passar dos anos descobri que o primeiro lugar nem sempre é o melhor pra mim. Deixei de ser tão competitiva e aprendi a jogar buraco de forma recreativa. Descobri que errar ajuda a amadurecer e mudar a maneira de ver o mundo. Tenho certa dificuldade até hoje em errar, mas já consigo dormir sem ficar revivendo tudo até o momento do erro e mentalizando o que poderia ter feito diferente.
Aprender a viver mais leve ajuda a não criar tanta expectativa e colher os frutos da vida despretensiosamente. Os sabores ficam mais especiais, as cores mais vivas e tudo ganha novos significados. 

A Littera Encantada mostra que aprendi o quanto a intensidade da travessia influência na chegada. Hoje sinto ter chegado no lugar certo, na hora exata e com a maturidade ideal para tocar este projeto que habitava há anos o meu pensamento, mas ainda não tinha uma forma, uma cor e uma frase para seguir adiante.



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Como você faz para dar conta?


Outro dia recebi um texto muito interessante sobre a mãe, a mulher, a vida e como as pessoas acham que em casa (leia a casa do outro) existe um passe de mágica para dar conta de tudo. Vou reescrevê-lo baseado na minha realidade, porque neste último ano uma das perguntas que mais preciso responder: como você faz para cuidar de dois? Eu sorrio e atualizo – como faço para cuidar de três!
Eu nunca dei conta sozinha. Posso até ficar com os três em vários períodos, sem outro adulto junto, mas para isso teve alguém que esteve na minha casa, fez a minha comida, limpou o meu quarto, a sala. E mesmo tendo alguém me auxiliando com a casa, seleciono quais são as prioridades e o resto esqueço em algum lugar para não ocupar a minha mente e me desvirtuar do que realmente é necessário hoje. No dia seguinte quando levanto vem uma nova lista de prioridades, escondo algumas outras, deleto as que acho bobeira.
Sim, eu deixo filho dormir sem escovar o dente, porque tem dias que decido não ter a discussão ou simplesmente o cansaço bateu na mãe e na filha.
Tem dias que junto tudo o que sobrou na geladeira e crio um verdadeiro self-service aquecido no microondas. E prometo que assim que possível farei o prato preferido de cada um.
Sabe a minha mente que escolhe prioridades e esconde o cisco ou a sujeira toda, pode ser equiparada a um tapete. E este com certeza nunca fica sem uma poeira embaixo. Nunca consegui limpar tudo, acho que realmente nem quero. No fundo é gostoso esconder as coisas, acumular umas tranqueiras ali embaixo. E infelizmente tem dias que acumulei coisa demais, tenho medo de perder o controle, choro quieta, rezo para ter força e paz para seguir adiante daquela montanha que precisa de corda para escalar. Fecho os olhos e mesmo quando a madrugada foi agitada e longe de ser a noite em que sonhava há meses, espero o dia seguinte para sorrir e agradecer por mais uma manhã de esperança renovada.
Exceto aos domingos, não existe uma manhã em que posso me dar ao luxo de tomar café da manhã, banho demorado, ou fazer aquela preguicinha na cama. Mas posso garantir que todas as manhãs agradeço pela oportunidade em viver tudo isso. Nem todos os dias são fáceis, do amor próprio a enxergar todos os defeitos que só o meu espelho consegue me mostrar. Mas ao escolher viver um dia por vez, o tapete vira paisagem quando não quero mexer nas quinquilharias que acumulei até aqui e não tive coragem de me despir ainda.
A vida é assim sem mágica, sem truque, com muito otimismo e ajuda que se não prestarmos atenção parece invisível.
Pode até parecer frustrante e desesperador não viver o que você gostaria, mas no fundo tudo é uma grande gangorra. Um eterno levanta e sobe, depende do peso dado ao que é carregado e o toque de alegria faz toda diferença para olharmos para cima e dar aquele empurrãozinho quando tudo parece estar no chão.
Na casa de todas as pessoas não existe passe de mágica. Se a sala dela é impecável alguém esteve ali ou a própria dona abriu mão de momentos de lazer. Temos a tendência em analisar produto final e esquecemos que alguém, que passa muitas vezes por invisível, garante o movimento da engrenagem para não parar.
É impossível dar conta de tudo sozinha. Se assim fosse teria enlouquecido. Nem tentei na verdade dominar o mundo dessa vez. A vida me ensinou que receber ajuda faz parte, assim como esconder as nossas angústias ali naquele cantinho que só a gente sabe. E depois de comer um doce escondido, rezar por uma noite inteira de sono ou simplesmente um banho tudo se renova.
Nos parques, na porta da escola, no prédio, descobri que existem pessoas comuns – do tipo carne e osso. Por trás de todas as lindas imagens postadas nas redes sociais, existe uma mãe igual a mim. Buscando emagrecer no mínimo 5 quilos, e jurando que cortar as unhas das crianças será uma prioridade – sem falta!
Existem dias maravilhosos em que a certeza do conto de fadas existe “serei feliz para sempre”. Mas também tem aqueles que olho ao meu redor, busco entender como parei ali no meio da sala cheia de brinquedos espalhados, às 8h da manhã já ter trocado duas fraldas, feito duas mamadeiras, esquentado o leite da mais velha, tomado café da manhã em pé no fogão ou sentada na mesa de olho onde os dois podem aprontar! E de repente pergunto “quem sou eu mesmo?”
E como dou conta de tudo, existe apenas uma resposta – o amor. O amor que tenho pela vida, pelos meus filhos, pelo meu marido, pelos meus pais, irmãs, 
sogros, cunhados, pela família que mora perto ou longe, pelos amigos. O amor que recebo diariamente de tantas pessoas que não convivo como gostaria. O amor estampado em cada sorriso e abraço que recebo dos meus pequenos. O amor do meu marido que está ali ao meu lado segurando na minha mão e brincando “não foge!”. O amor. Ah, o amor invade meu peito e me faz lembrar que a vida é bela, merece ser agradecida diariamente.

*Minha releitura da vida de uma desconhecida

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Da série mãe metamorfose


Frio na barriga. Aquela sensação de borboletas internas que 
misturam ansiedade, felicidade, liberdade e a certeza que estou fazendo o melhor para todos!
A saída de casa com os três foi mais fácil do que eu imaginava. Parece que os dois sabiam que hoje era dia de começar uma nova fase. Colaboraram, estavam felizes. A Sofia ajudando como sempre e muito orgulhosa, porque os irmãos iam para a escola que ela foi durante os primeiros dois anos de vida. 
O mundo girou a favor e consegui parar na porta da escola para descarregar os dois e toda pequena mudança necessária para passarem às quatro horas e meia que ficarão nos próximos meses, anos... 
Por algumas semanas eu relutei em tomar esta decisão. Realmente eu não dou conta dos dois sozinha enquanto meu marido trabalha? Como é difícil assumir para nós mesmos as nossas limitações físicas e emocionais. Como é difícil nos conhecermos profundamente e estarmos prontas para enfrentarmos as nossas culpas, o julgamento alheio e as opiniões de quem sabe muito da vida do outro sem estar lá no dia a dia para entender os caminhos escolhidos. Eles precisam explorar mais o mundo -- minha resposta externa mas nem precisava dar explicação do que nós decidimos, percebemos e vivenciamos. E realmente chegou o momento deles aprenderem que a vida lá fora existe para voar e descobrir como é bom conhecer, experimentar e compartilhar! Desde pequenos eles já compartilham muito e o mundo também precisa aprender com eles amor verdadeiro, simpatia e alegria espontânea!
Ser mãe é isso. Aprender ouvir muitas vezes calada. Perceber os filhos apenas observando o dia que tudo mudou perante os olhos deles. Ser mãe transforma o corpo não apenas porque gerei, mas porque me curvo para pegá-los, me levanto para erguê-los e me desdobro para nos conectarmos. Ser mãe é mudar de opinião, mudar a rota e descobrir tantas verdades e omitir tantas dores!

Em tempo - ontem foi o primeiro dia deles. Delicioso ver a alegria dos dois na escola. Estavam encantados com tudo e encantaram a todos pela simpatia, sociabilidade e desprendimento. Ao vê-los dominando o berçário e felizes meu coração acalmou e tranquilizou-se! Realmente chegou a hora deles viverem um mundo além da casa. Foi um ano e 56 dias de muita dedicação a eles! 


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Hoje é um novo dia




A vida é feita de sonhos, projetos e da realidade que bate todo dia na porta, janela e por onde mais pisamos.

Nem sempre acordamos com vontade de levantar e enfrentar o frio para trabalhar, o medo para mudar a trajetória e tantos outros obstáculos palpáveis ou imaginário. Ao longo desses últimos anos aprendi que mesmo depois de uma noite mal dormida, ao amanhecer eu agradeço a Deus por estar aqui exatamente onde meus pés pisam. Agradeço por acordar e ter mais um dia inteiro para pensar nos meus sonhos, nos meus projetos e enfrentar os meus medos. Nem tudo sai como eu gostaria, mas eu sei que cada detalhe colocado na minha vida existe uma razão e ao invés de reclamar ou questionar busco inovar. Fica a dica para seguir adiante com um sorriso no rosto, a esperança no peito e o olhar de gratidão por quem somos e não pelo que deixamos de ter ou conquistar... hoje é um novo dia!

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Os gêmeos chegaram. E agora?

Faz um ano que a minha casa perdeu espaço físico e ganhou duas vidas. Eles vieram tão pequenos e silenciosos. Dividiam o mesmo berço, os meus braços e as atenções. Hoje são grandes, barulhentos e disputam a atenção. Se dia 19 de junho comemoramos o nascimento do Zeca e do João, no dia 1 de agosto celebramos a chegada deles em casa.
Para quem é mãe sabe que receber um filho em casa já muda toda rotina, imagina dois e que ainda precisam de cuidados extras porque a imunidade é baixíssima devido ao tempo de UTI Neonatal? A louca do álcool gel entrou em ação e espalhou vários frascos pela casa toda. Ensinou a filha de 4 anos e meio a passar toda vez que tocasse nos irmãos. Esterilizar mamadeiras, chupeta, ferver água, lavar roupas separadas, limpar o celular. Passado os primeiros dois meses deles em casa, a neura foi melhorando, afinal não estávamos mais no hospital, os anticorpos são importantes para o desenvolvimento infantil e criança precisa ter contato com o mundo.

Eram tantas saídas para exames, fisioterapia preventiva, consulta com especialistas e saber quem era amamentado, quem recebia complemento... de repente entrou em ação a expert em logística e organização de rotina. Afinal os dois precisavam entrar na rotina da casa e encaixar com a da filha de 4 anos! Não vou detalhar tudo aqui para todos continuarem me amando, porque do contrário poderiam intuir a louca que existe aqui – do tipo que tem o calendário na cabeça, que acha óbvio fazer as contas dos dias da semana do mês todo porque é só somar 7, adora dividir as 24 horas tão precisamente para dar tempo de amamentar, alimentar a filha mais velha, escrever, ler e ainda dormir o suficiente para no outro dia colocar em prática todos os horários que precisam ser mudados por causa de uma consulta!

Voltando para louca do álcool gel. Ela deixou de existir quando os filhos andaram a cavalo com o vô e colocaram a rédea na boca. Pronto agora sim estão imunizados. E de repente, ela ganhou os olhares mais intrigantes quando deixou os meninos de 1 ano e 1 mês comerem o quanto de areia quisessem na praia. De aplausos por permitir a vitamina S, a pessoas querendo limpá-los -- juro seria impossível, porque até tentei, mas fui vencida na terceira vez.

Os gêmeos chegaram aqui faz um ano. A vida com certeza ficou mais agitada, emotiva, louca, diminuiu o sono, aumentou o cabelo branco. O tempo magicamente passou rápido e lento na mesma proporção -- dependia do momento para ser sentido de um jeito ou de outro. Faz apenas um ano que isso aconteceu e com certeza não consigo imaginar a minha vida sem eles que abrem as portas, as gavetas, se cutucam, fogem em uma velocidade impressionante para quem só engatinha, sabem a hora do banho, são dois reloginhos para o almoço e o jantar. Eles preenchem a minha cabeça, o meu corpo, a minha alma, a minha vida. Eles ensinam uma ligação linda de quem não sabe falar as palavras certas, mas se entendem pelo olhar, a linguagem verbal própria e as mãozinhas unidas em vários momentos do dia. Como diz a minha filha, agora com 5 anos, não sei viver sem esses fofuchos lindos! Ela que precisou dividir a casa, o tempo, os pais, os avós, as atenções, e hoje canta, dança, inventa e brinca com os irmãos que chegaram para completarem a feliz vida que já tínhamos e agora ficou ainda mais emocionante – em todos os sentidos que a palavra pode ter!


Não foi um texto com a imagem de um imã, marcador, ou cartão. Escolhi algo pessoal, porque nas férias entendi que as mensagens podem chegar a vários formatos e de várias maneiras. A de hoje é para mostrar que um ano pode ser longo ou lento, pode ser difícil e amável, pode caber em um álbum ou em algumas linhas, pode dar medo e gosto de vitória. Um ano pode reunir tanta coisa que mesmo nos dias de frios na barriga, a certeza de dias melhores precisam sempre habitar os nossos corações! Essa é a minha receita – um dia por vez e a felicidade existe até na maior dor. Depende exclusivamente do jeito de olhar para a vida!