terça-feira, 14 de novembro de 2017

Você largou sua profissão para ser mãe?



Com um sorriso no rosto eu respondo essa pergunta há mais de dois anos. Confesso que no começo, no meio e até alguns dias atrás a resposta era mais pra mim do que para qualquer desconhecido ou conhecido. 
Eu passei boa parte do tempo me convencendo que esse projeto de vida era realmente o melhor para mim. Quando estou com as crianças sempre tive a certeza que não mudaria em nada a minha decisão tomada conscientemente em 2015. Mas a hora que deitava a minha cabeça no travesseiro, sempre vinha a cobrança interna... é isso mesmo? Hoje eu sei que a resposta vem do coração e da alma! SIM, larguei minha carreira, a minha vida corrida, as minhas verdades, o meu jeito de ver o mundo para mergulhar no projeto mais ousado da minha vida.
Encarei o desafio de me doar integralmente para o projeto mais perfeito que poderia receber desta vida mesmo que isso signifique esperar horas e ter apenas alguns minutos para o banho; de não planejar nada individualmente; de sonhar com manhãs tranquilas e ao mesmo tempo nem lembrar como um dia já vivi sem essa maratona diária; de respirar fundo para não pegar minha bolsa e sair pela porta dos fundos ou da frente mesmo; de acompanhar os primeiros passos, as primeiras palavras e poder observar as pequenas e as grandes conquistas diárias de cada um deles... poderia elencar tantas coisas de quanto este projeto transforma a minha vida diariamente... uma tão palpável é a segurança que a Sofia ganhou nestes exatos 2 anos e 4 meses! Olho para ela que ficava segurando nas minhas pernas e hoje desce para brincar com as amigas, conversa com as pessoas e conta histórias e mais histórias, pede para visitar até os amigos da mamãe. Quando escuto sobre a meiguice e o espírito conciliador que tem, meu coração transborda de amor e a alma agradece por cada segundo que abri mão do meu por nós, por ter esse privilégio de criar uma família com os valores que podem fazer a diferença em nossa sociedade tão egocêntrica e consumista. Como é gratificante ver que juntos podemos ser mais empáticos e enxergar quem está ao nosso lado com suas cicatrizes, alegrias, dificuldades e superações.
E meus meninos? Esses vieram para me ensinar que compartilhar tem um poder transformador. Mostram diariamente a cumplicidade de quem enxerga no outro a sua extensão. Mudaram a dinâmica da casa, da minha existência e de como toda família vivia antes. Ganhamos uma nova vida com duas vidas crescendo, agitando e bagunçando toda nossa essência! Superamos nossos limites, descobrimos a nossa força e como o amor pode ser multiplicado tão rapidamente!
Hoje vejo o quanto eu precisava desacelerar para buscar novos desafios e isso pode ser encontrado aqui em casa mesmo, não preciso sair por aí para buscá-los. Recebo todos os dias o meu pagamento quando pego minha filha na escola e de dentro da sala já grita “mamãe” e vem correndo me abraçar. Depois de um começo de vida tão frágil, impossível não me emocionar ao ver o Zeca e o João crescendo --mesmo que isso esteja diretamente ligado a tirar os dois dos sofás por 20 min consecutivos. O bônus, décimo terceiro, acho que o prêmio máximo é ter no meu marido o melhor parceiro da vida -- formamos uma equipe imbatível para cuidar desse trio. 
Amanhã não me preocupa como antes, aprendi a viver o hoje, a economizar muito e a ser cada dia mais feliz. E olha que eu nunca deixei de ser. Mas agora é uma felicidade diferente, uma felicidade que busca a simplicidade e consegue enxergar desafios onde antes não tinha muito significado. E assim vivo um dia por vez!


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