terça-feira, 31 de outubro de 2017

Não existe passe de mágica... lá vou eu parte 2

A balança me atormenta desde criança. Tinha pavor de pesar na escola. Não queria que ninguém soubesse meu peso. E ao mesmo tempo sempre tive preparo físico para praticar todos os esportes. Até corrida!  Mas tinha medo de nunca superar os ponteiros sempre subindo.
Na adolescência consegui emagrecer sozinha. Sem remédio. Apenas mudando a minha alimentação e intensificando as atividades físicas. Assim me mantive firme e forte por alguns anos.
Mas de repente eu percebi o meu sobrepeso de novo. E lá fui eu recomeçar. Não consegui sozinha. Precisei de ajuda profissional sem medicação -- apenas alguém me dando o norte e me cobrando -- e assim ocorreu mais umas três vezes. 
Este ano já compartilhei que resolvi mais uma vez buscar disposição, eliminar os quilos a mais de forma saudável e encontrar o meu equilíbrio. 
Não existe mágica. Eu sei disso, sempre soube. A mudança na verdade exige conhecer o próprio corpo e entender as suas reais necessidades.
Pela primeira vez na vida passei por momentos intensos -- filhos doentes, muitas noites sem dormir -- em que a comida não foi o meu refúgio. Aprendi a olhar o meu corpo e perceber que cansaço precisa de descanso e não mais comida. Compreendi que a ansiedade pode ser amenizada com uma leitura, uma atividade física, um copo de água antes de ser confundida com fome! E a fome deve ser saciada antes que vire algo incontrolável.
Toda esta leitura eu não fiz sozinha. Contei com pessoas que também decidiram mudar suas vidas e compartilharam a receita. Sem pulo do gato. Sem remédio milagroso. Apenas mostraram o esforço, a mudança gradativa, a determinação em ter mais qualidade de vida!
Eu ainda não atingi a linha de chegada, mas estou muito feliz com o resultado até aqui. Menos dor nas costas, muito mais disposição em passar os dias sentadas no chão e o melhor de tudo lendo o meu corpo e atendendo às necessidades dele inclusive de um docinho quando este é pedido! Sem neuras. Simplesmente moderando o que alimenta o meu corpo e a minha alma! E o melhor, entrei em paz com o meu corpo. Não almejo algo inatingível, apenas estar saudável. Nada de obsessão por um corpo que nunca será o meu. Já aceitei bem as minhas curvas e agora falta bem pouco para chegar ao objetivo final! 

Obrigada Desire Coelho por escrever tão bem sobre o assunto junto com o Marcio Atalla no livro A Dieta Ideal - Sem Mitos, Sem Milagres, Sem Terrorismos.
Marcia Salandini parabéns pela nutricionista maravilhosa que acolhe, escuta e entende corpo e alma de seus pacientes. 

Tatiani Godoi agradeço por mostrar que é possível encaixar a atividade física na rotina e como 30 min fazem toda diferença! 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Descobri a música da minha vida

Às vezes, dá medo do que encontraremos pelo caminho. Nem sempre é fácil seguir adiante. E para ajudar a ter forças precisamos resgatar a nossa essência em querer desbravar o mundo e fazer coisas novas todos os dias, mesmo quando lá fora chove mais do que gotas abençoadas. As tempestades sempre existirão com raios do céu ou trovões dos homens.
Meus filhos me ensinam diariamente que quando cai é preciso levantar para continuar a caminhar. Os passos são dados um dia por vez. Um já anda sozinho e o outro precisa de ajuda. E a vida não é assim? Um dia vamos em um ritmo e no outro precisamos dar a mão?
Já a minha menina mostra que podemos dar leveza nos dias cinzentos e ainda fazer música com a dança da vida. A cada batida de pé, um novo som pode surgir.

Se eu sonho em voltar a trabalhar? Com certeza tenho muitos sonhos e projetos. Mas aprendi a caminhar com eles, um passo por vez até que o compasso da música da minha vida componha a melodia que devo cantar. A de hoje? É ser mãe, mulher e dedilhar as letrinhas para preencher a tela e colorir com palavras a Littera Encantada! 

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A maternidade transforma o mundo com a adoção



A espera normalmente é longa. A mãe nunca sabe quando será presenteada. As mudanças no corpo não são visíveis, apenas as da alma.
Sempre adorei ouvir histórias que transformam o jeito de ver o mundo e com certeza as de adoção que conheço mudaram o meu microcosmo. As dores e as angústias da espera, o momento do encontro com seus filhos, a certeza que aquela criança era a esperada.
Coleciono tantas experiências relatadas que até o meu coração transborda de emoção e admiração por quem se doa a uma vida carregada de vivências mesmo com poucos dias ou muitos anos.
Imagine você solteira sair para trabalhar e se depara com um bebê negro e deficiente abandonado? Qual a chance de se doar por ele? Eu conheço a mãe que não teve dúvidas "essa é a minha filha". E assim ela não só resgatou a vida da criança, mas a esperança que podemos mudar o mundo a partir de nossas atitudes em nossos microcosmos.
E uma criança já grandinha deficiente em um orfanato? Chamaria a sua atenção? A mãe não só se apaixonou por esse filho como passou pela espera de praticamente um ano para tê-lo em seu lar e poder transformar a vida dessa criança e todos que acompanham a história dele que hoje consegue comer sozinho e se comunica muito bem.
E um casal que sonhou em gerar um filho. Tentou. Fez tratamento. Chorou a dor de não poder ver a barriga crescer. Chorou por não realizar o sonho da família convencional. Mas quem diz que eles são apenas convencionais? Eles são muito especiais e privilegiados em serem escolhidos pelo bebê que apareceu após quase três anos de espera. Um bebê de sete meses. Um menino que encanta com o seu doce olhar e as suas descobertas. Tem amor maior do que ser escolhido por uma vida nova?
Também conheço quem fez a experiência de se doar uma vez. Ouvi a palestra do casal. Me encantei com a capacidade de se entregarem aos planos de Deus e confiarem que tudo daria certo para o segundo filho. A espera estava longa e a mãe quase desistindo. Eles rezaram. Acreditaram. Ela decidiu esperar até completar 40 anos. Na véspera de seu aniversário chegou a filha para completar essa linda família.
E um bebê na incubadora de uma UTI Neonatal? Será que arrisco esse sonho que parece tão frágil? O casal não teve dúvidas! E o sonho foi consolidado com uma criança linda e saudável!
São experiências como essas, bem pertinho de mim, que me faz acreditar na capacidade do ser humano em mudar o mundo! Que cada um possa transformar o seu microcosmo para juntos cultivarmos a nossa capacidade de doação ao outro -- pequeno, deficiente ou grande. Precisamos mostrar ao mundo que todos somos privilegiados em vivermos o hoje cheios de amor para dar e a empatia de enxergar no outro uma linda história independente da raça, cultura, sexo.


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

O que aprendi nos últimos meses


Faz 1 ano e 4 meses que aprendi a lidar com o meu limite em todos os sentidos -- amor, medo, fé, alegria, emoção, paciência, dividir o tempo, compartilhar, escrever e não escrever, passar meses sem dormir, pedir ajuda, chorar escondido, rir sozinha de estresse e de explosão de amor que não existem palavras para descrever.

Ter gêmeos foi um presente especial que recebemos. Eu, nossa família, amigos próximos ou de longe... tento escrever o significado dessa experiência desde a gravidez, mas cada vez sinto de uma forma. Cada vez enxergo um novo aprendizado.

Eles dão trabalho? Sim! Quando ficam doentes meu corpo estremece, busco forças internas onde nem imaginava ter e rezo o dia todo para superar com eles todos os meus medos.

Mas eu garanto que todo trabalho é superado com a ligação mágica que eles têm. Vejo o amor da Sofia pelos dois e me emociono, mas a cumplicidade deles que nem falam as palavras direito e se comunicam desde de sempre -- não consigo explicar, apenas admiro sem piscar os olhos! Brincam juntos o tempo todo, já se cutucam e brigam também. Gargalham tão gostoso que tenho vontade de congelar essas gracinhas. Ao mesmo tempo que na hora de dormir quando um já pegou no sono e o outro grita ou arranca a chupeta do irmão, tenho vontade de acelerar o tempo porque lá se foram todas as voltas do carrinho na sala jogadas fora e o jeito é começar tudo de novo!

E assim aprendo diariamente como é possível multiplicar o amor a cada segundo ❤️ e compreendo a minha missão neste mundo 😉💜💙💙

terça-feira, 17 de outubro de 2017

O dia que meu corpo cansou... e eu chorei



Eles dormiram. Vou descansar também. Passados 50 minutos escuto o barulhinho de quem já tinha reposto as energias. Mas meus olhos não conseguiam abrir. 39 de febre e meu corpo permanecia imóvel na cama.
Olho para o celular na esperança de ter uma ideia divina para que eu pudesse descansar. E lá estava. A mensagem de uma amiga mais que querida perguntando como estavam as coisas por aqui e pedindo um favor. Na hora eu clamei por ajuda. Não conseguiria dar conta dos dois sem dormir pelo menos mais uma hora. Em menos de 30 minutos minha anja da guarda estava aqui para que eu pudesse atender o meu corpo.
Enquanto eu digitava o pedido de ajuda, chorei a dor da impotência por não conseguir cuidar dos meus filhos. Chorei por entender que sem saúde não existe super poder de mãe, mulher. Chorei por simplesmente ser atendida tão prontamente sem saber se era merecedora de tamanha doação.

A maternidade veio me ensinar que compartilhar deixa a travessia mais leve. Eu sempre quis resolver tudo sozinha, nunca fui muito adepta a pedir ajuda, porque no fundo precisava provar pra mim mesma que era capaz...  há 5 anos comecei a entender o quão desnecessária é esse tipo de atitude... uma besteira tão grande e sem propósito essa minha autossuficiência! Ainda teimei, nesses anos, muitas vezes em não mandar uma mensagem ou telefonar para alguém pedindo ajuda, expondo minhas fraquezas, compartilhando os meus medos, os fantasmas, as frustrações... mostrando que sou humana... desde que os meninos chegaram aprendi muito sobre isso e cada dia mais percebo que quem ajuda emana a mesma ou até maior gratidão do que a minha que recebi tamanha doação.


Aos poucos me recuperei. No mesmo dia dormi por quase duas horas seguidas e consegui ficar sozinha com os meninos de noite até meu marido chegar e me obrigar a descansar mais. A Sofia foi para minha mãe. E depois desse episódio, chorei por entender que o meu corpo é casa e também tem fragilidades. E depois sorri por aprender mais uma vez a me observar e entender que para me recuperar foi preciso serenidade, fé, muito amor, cuidado, oração e boas energias -- de quem estava por perto ou longe!

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Quando nada mais der certo, tenha fé

Quando nada mais der certo, a fé ajudará encontrar a luz e a força necessárias para seguir adiante.
Posso assegurar como isso funciona. Já vivi momentos intensos que se dependesse apenas da minha força não teria continuado com o mesmo sorriso no rosto durante a travessia.

Cada um sabe sobre suas cicatrizes e como conseguiu fechar as feridas. As marcas ficam para sempre, mas com uma boa dose de fé e amor seguimos adiante para escrever uma nova história todo dia.

Para quem não sabe já perdi um filho em meu ventre. Tive gêmeos prematuros que precisaram de 43 dias de hospital, sendo os primeiros 41 em uma UTI Neonatal. Fases superadas. Fé renovada! Família fortalecido, amigos eternizados!

Hoje ficarei devendo a história mais recente, mas quem sabe nas próximas semanas eu consiga colocar em palavras o que vivi.




terça-feira, 3 de outubro de 2017

O segredo da leveza

Quando percebi a viagem estava mais perto do que eu imaginava... meus pensamentos saíram por aí sem destino e descobriram a beleza de viver o inesperado dia a dia.
Foram nas incertezas do caminho que fui agraciada com afeto imensurável, doação de vida e divisão daquilo que não precisa ter um único dono -- o segredo da leveza é saber compartilhar o peso!