terça-feira, 17 de outubro de 2017

O dia que meu corpo cansou... e eu chorei



Eles dormiram. Vou descansar também. Passados 50 minutos escuto o barulhinho de quem já tinha reposto as energias. Mas meus olhos não conseguiam abrir. 39 de febre e meu corpo permanecia imóvel na cama.
Olho para o celular na esperança de ter uma ideia divina para que eu pudesse descansar. E lá estava. A mensagem de uma amiga mais que querida perguntando como estavam as coisas por aqui e pedindo um favor. Na hora eu clamei por ajuda. Não conseguiria dar conta dos dois sem dormir pelo menos mais uma hora. Em menos de 30 minutos minha anja da guarda estava aqui para que eu pudesse atender o meu corpo.
Enquanto eu digitava o pedido de ajuda, chorei a dor da impotência por não conseguir cuidar dos meus filhos. Chorei por entender que sem saúde não existe super poder de mãe, mulher. Chorei por simplesmente ser atendida tão prontamente sem saber se era merecedora de tamanha doação.

A maternidade veio me ensinar que compartilhar deixa a travessia mais leve. Eu sempre quis resolver tudo sozinha, nunca fui muito adepta a pedir ajuda, porque no fundo precisava provar pra mim mesma que era capaz...  há 5 anos comecei a entender o quão desnecessária é esse tipo de atitude... uma besteira tão grande e sem propósito essa minha autossuficiência! Ainda teimei, nesses anos, muitas vezes em não mandar uma mensagem ou telefonar para alguém pedindo ajuda, expondo minhas fraquezas, compartilhando os meus medos, os fantasmas, as frustrações... mostrando que sou humana... desde que os meninos chegaram aprendi muito sobre isso e cada dia mais percebo que quem ajuda emana a mesma ou até maior gratidão do que a minha que recebi tamanha doação.


Aos poucos me recuperei. No mesmo dia dormi por quase duas horas seguidas e consegui ficar sozinha com os meninos de noite até meu marido chegar e me obrigar a descansar mais. A Sofia foi para minha mãe. E depois desse episódio, chorei por entender que o meu corpo é casa e também tem fragilidades. E depois sorri por aprender mais uma vez a me observar e entender que para me recuperar foi preciso serenidade, fé, muito amor, cuidado, oração e boas energias -- de quem estava por perto ou longe!

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