Recentemente
li o livro Diário das Coincidências, de João Anzanello Carrascoza. Comprei o
livro porque sempre gostei de relacionar os fatos da minha vida com
acontecimentos do mundo, datas festivas. Aos poucos percebi que a sincronia ia
além das minhas relações mentais. Passei a enxergar conexões sutis que eram decisivas
no rumo da minha vida. Já aconteceram tantas conspirações cósmicas para tudo
fluir como está hoje que renderiam diversas histórias. Neste momento escreverei apenas uma delas, mas quero sugerir que cada observe esses sinais da vida chamados
coincidências. Citarei alguns exemplos para quem não está habituado a observar possa fazê-lo.
Você já ficou pensando em alguma pessoa que de repente deu sinal de fumaça? E sentiu que quando algo
enrosca demais é porque talvez não seja o lugar certo, ou a pessoa ideal ou o
momento adequado? Percebeu que quando você decide colocar um projeto em prática
e aparece a dica que precisava, a pessoa ideal para conversar -- dá até um frio
na barriga porque tudo flui tão bem e naturalmente? Neste último caso acredito
que isso acontece, pois está na hora certa do projeto ser colocado em
prática e quando o enrosco aparece é porque talvez ainda não seja o melhor momento. O
importante de decodificar os sinais é entender se a rota precisa ser
recalculada, ou apenas será necessário ganhar mais conhecimento para continuar
na travessia tão planejada e esperada.
Senta
que lá vem história:
Um
dia mandei uma foto para Revista Vida Simples. Recebi um e-mail muito delicado
da editora, Ana Holanda, explicando que se fosse selecionada entrariam em
contato. Eu respondi o seguinte "...faz mais de um ano que ensaio escrever
este e-mail. A vantagem do tempo ter passado é o aumento da bagagem adquirida.
Segue um breve relato de como a minha opção por uma vida mais simples cruzou
com a Vida Simples e um pedido para compartilhar um pouco da minha história na
revista.
Conheci
a Revista Vida Simples no aeroporto de Porto Alegre -- na volta de uma viagem.
O interessante foi descobrir a revista no momento em que deixava o jornalismo,
depois de 15 anos. Encontrei na Vida Simples tudo o que sempre sonhei como o
jornalismo ideal. Me apaixonei e desde julho de 2015 não vivo sem os seus
editoriais, as cartas dos leitores, as cenas, os colunistas, os artigos, as
matérias principais, as histórias pessoais, as dicas, os achados, enfim, não
vivo sem o conteúdo tão bem pensado mês a mês.
Voltando
ao meu microcosmo -- depois de "seis meses sabáticos" fazendo outra
faculdade (Pedagogia), cuidando da casa e reaprendendo a olhar e viver na
cidade com a ajuda da minha pequena Sofia, que na época tinha 3 anos, descobri
uma gravidez gemelar. Meus filhos foram prematuros e vivenciei 41 dias de UTI
Neonatal e mais dois dias de internação com eles para terem alta. Escrevi muito
durante esse período para me manter viva, saudável e entender o significado de
uma UTI Neonatal para as mães. Posso enviar o texto para sua avaliação? Tenho
fotos que ilustram toda essa fase --
depois que pisei pela primeira vez na UTI com certeza nasceu uma nova
Renata."
Dois
dias depois trocamos novas mensagens e ela disse que poderia mandar a minha história. Isso
foi em fevereiro. Em março recebo um e-mail da editora assistente, Débora Zanelato, querendo
me entrevistar e saber mais de tudo que vivi. Descobri
uma excelente repórter. Brotou afinidade, sintonia e carinho durante a
entrevista e nas trocas de mensagens. Não nos conhecemos pessoalmente, quem sabe um dia a vida promove um encontro inesperado.
A
edição de maio trouxe a minha história. Recebi tanto amor e carinho da redação
para o fechamento do meu relato. Após a publicação ganhei muito mais carinho e
afeto de pessoas queridas, conhecidas e desconhecidas. Recebi mensagens inbox,
comentários nas redes sociais, e-mails. Senti-me conectada com quem nunca
esteve ao meu lado e de alguma forma pude ajudar. Uma gratidão sem tamanho. Eu
me expus, mas o universo deu um jeito de mostrar como isso foi importante para
tantas pessoas. Comprei a edição de junho e mais uma pessoa comentando a minha
experiência. E eu que nessa época estava querendo comprar um livro e sem saber
por onde seguir encontro a entrevista da Ana Holanda com João Anzanello
Carrascoza. A resposta para o meu próximo livro estava ali, apenas esperando a
minha leitura.
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