terça-feira, 11 de abril de 2017

Os caminhos percorridos e a felicidade encontrada


Era outono na Holanda, a paisagem parecia realmente de filme. Folhas no chão, frio, céu azul, uma mistura de tons amarelos e marrons. O cenário perfeito para um casal que passeava pela primeira vez na Europa. O casal era brasileiro e para não cometer o erro que muitos fazem, os dois chegaram à estação de trem com mais de 30 minutos antes da saída. Sim, a passagem marcava 11h58 e como o destino era Paris, eles não queriam perder o trem de jeito nenhum.
Ele tinha o inglês fluente, então o idioma não era barreira, apesar de estarem na Holanda todos falavam inglês. Os dois se certificaram de qual era a plataforma de embarque e foram elogiados por estarem antes do horário. O guarda da estação brincou “parabéns a vocês por já estarem aqui, muitos turistas perdem trem porque acham que o horário não é bem o que está marcado na passagem”. Sentados a espera do trem, os dois foram abordados pelo mesmo guarda que os elogiou “vocês vão para Paris, né?” antes mesmo da resposta ele disse “então subam nesse trem e desçam na terceira parada, certo?”. Os dois mal tiveram tempo de checar a informação e o guarda os empurrou para o trem. Ainda não era o horário da passagem, o trem estava adiantado. Como o alto falante estava ruim, eles só conseguiram entender Paris. Andaram diversas estações, mas não havia parada em nenhuma delas. A moça começava a ficar aflita, mas o rapaz acalmou-a dizendo que estavam de férias e daria tudo certo.
Quando foi feita a segunda parada, eles já ficaram em pé para descer na outra estação que demorou mais uns 10 ou 15 minutos. Mais uma vez o alto falante não ajudou muito, mas o pouco que eles entenderam era para descer ali quem estivesse seguindo a Paris. Pelo menos a informação do guarda batia.

Eles desceram e agora parecia cena de filme, não diria que de terror, mas suspense. A estação era no meio do nada. O quiosque de informação ao turista estava fechado e para todos os funcionários que eles perguntavam qual era a plataforma de embarque a Paris, a reposta era desencontrada. Uns diziam que era de um lado da estação, os outros que não passava trem para Paris naquele lugar. O tempo começou a passar e nada de trem. Eles resolveram perguntar no câmbio e a mulher pediu que os dois fossem até o guichê de passagens. 
A moça chegou ao local e já foi logo perguntando qual era a plataforma, mas a resposta veio bem ao estilo europeu “por favor senhora entre na fila”. A fila parecia nunca andar, quando finalmente os dois foram atendidos, a senhora que os atendia insistia em dizer que lá nunca passou trem para Paris. Mesmo com o inglês do rapaz melhor, a moça insistia em dizer que foi o guarda que tinha dito para descerem lá e pegar o trem. Devido à insistência da moça, a mulher ligou e confirmou a informação com a central. Ela mal desligara o telefone e já pedia desculpas ao casal, pois naquele dia excepcionalmente, ou melhor, naquele minuto estava passando um trem para Paris. Os dois saíram correndo e a moça como em desenho animado tentava chegar ao trem que estava partindo. E gritava “pare, por favor”. Mas como já dito anteriormente, na Europa o trem não espera. Ela inconformada voltou correndo ao guichê e disse “perdemos”, a senhora “está brincando” e a moça “não”, já com os olhos cheios de lágrimas.  A senhora se desculpou mais uma vez, mas pediu que os dois entrassem na fila novamente para os ajudarem no caso.

E quem nunca perdeu um trem na vida? A história acima embora narrada em terceira pessoa é minha. Aconteceu em 2007. A moça desesperada e com os olhos cheios de lágrimas sou eu. Nete dia eu tive ainda mais certeza que Deus não cruzou a toa o meu caminho e do meu marido, na época namorado. Ao invés do desespero, ele manteve a calma e me mostrou que na vida perderemos muitos trens. Fez de um momento estressante, algo leve. A felicidade não perdeu o espaço e com certeza ganhou um brilho, o importante naquele momento era a nossa aventura em estarmos juntos na Europa e escolhemos o caminho mais prazeroso para seguirmos adiante.

Aos curiosos -- Pegamos um trem que parava em Bruxelas e outro para Paris. Chegamos a tempo de passearmos pela Torre Eiffel de noite e se encantar com todas as luzes brilhando para nós e, claro, para os poutros milhares de turistas.

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